sexta-feira, 7 de novembro de 2014

A Igreja e sua mensagem atualizada

NOVOS DESAFIOS PARA A TEOLOGIA E PARA A PASTORAL

            Não adianta esconder o sol com a peneira, pois os raios dele passam pelos seus furos e atingem áreas desprotegidas, tanto de nosso corpo quanto de nossos ambientes fora ou dentro de casa. Ainda mais quando se reside em regiões bastante ensolaradas, como é a nossa.
            Mas não é sobre os raios solares que pretendo discorrer; quero na verdade chamar a atenção para alguns desafios da teologia e da pastoral de nossa Igreja. Até alguns anos passados, tudo parecia tranquilo. A teologia tinha suas verdades que pareciam perenes e a pastoral não fazia muito mais do que aplicar essas verdades para os fiéis. Os fiéis recebiam essas verdades de seus pastores, orientavam-se por elas e se sentiam seguros. Hoje, no entanto, as coisas mudaram, e não pouco. Parece que os desafios e as perguntas que vêm do mundo atual já não se deixam mais conter por tais certezas que eram tão resistentes. As questões penetram por todas as frestas e começam a queimar as peles. Quanto mais sensíveis forem as peles, tanto mais sofrerão as queimaduras.

Igreja: sinal universal de salvação
            Para evitar que as questões provoquem maiores consequências, podendo levar a tumores insanáveis, quero considerar como desafio pregações e fundamentações latentes, que quase sempre, norteiam as mensagens em nossas igrejas. Partindo da necessidade de se ter uma igreja na qual se vive e à qual se pertence, apresenta-se a verdade da Igreja: ela é o sinal universal de salvação para o mundo. Tudo certo. Todavia, a teologia tem como tarefa deixar claro que sinal é sempre sinal para alguém. Ou melhor, deve orientar as pessoas que querem avançar. Quando o sinal ocupa o lugar daquilo que sinaliza, perde seu sentido. Quantas vezes as pregações voltam-se para a Igreja, apresentam-na em sua pureza ideal. Não vão muito além. Não respondem às reais perguntas do homem de hoje. Assim, na prática, a intenção tem como meta “encher” as igrejas de fiéis que formam um grupo seleto e protegido. Estas pessoas que participam das celebrações ordinárias das paróquias estão “salvas”. Fecha-se a Igreja diante do mundo, tanto teológica como pastoralmente. Quem está no mundo, se quiser ter contato com a Igreja, necessariamente vai ter que entrar pela porta da sacristia. Essa porta para ser aberta, geralmente exige cursos, encontros, preparações de todo tipo; pior ainda, certificados de cursos! O pregador que mais consegue chamar a atenção sobre a beleza de sua igreja, que mais atrai, leva vantagem com relação ao que não tem esses dotes. A concorrência torna-se o motor que move todo trabalho pastoral, escondendo uma teologia subjacente que se baseia em princípios certos, mas mal atualizados.

A verdade que protege e faz crescer
            O Papa Francisco e muitos teólogos e pastores sérios ensinam que a Igreja não pode chamar a atenção sobre si, mas deve, cada vez mais, ser uma Igreja “em saída”. Ela precisa ir às periferias da sociedade onde estão os desafios das multidões. A verdade da Igreja se atualiza lá, onde as pessoas são mais carentes dos sinais de salvação, que lhe são próprios. A Igreja é verdadeiramente sinal de salvação quando leva Jesus Cristo, o Salvador da humanidade, aos ambientes que mais carecem dele. Ela, portanto, antes de se preocupar consigo mesma, consciente de Jesus que veio para dar vida abundante, se coloca sempre em defesa da vida de todos e, em todas as situações. Jesus de Nazaré não veio ensinar uma religião, mas ao constituir a sua Igreja deu-lhe a tarefa de fazer de todos os povos discípulos seus, isto é, convocá-los a defender a vida e a dignidade de todo ser humano diante das forças destruidoras. A Igreja e qualquer religião são verdadeiras quando saem de si e vão para o mundo com a missão de servir à vida. A vida, conforme o Criador a dispôs, que, sem dúvida, leva à realização plena; não só nesta terra, mas também na vida futura. É a verdade que protege e faz crescer.
            Nas periferias da sociedade estão os pobres: os pobres de bens necessários para viver com dignidade, os explorados, os excluídos, os perdidos nos vícios, os grupos minoritários etc.
            Se a teologia e a pastoral da Igreja quiserem proteger a “pele” da sociedade de hoje, não podem se furtar da tarefa de ir aos desvalidos. Desmascarar qualquer pregação que visa somente o sucesso e a aparência da comunidade fechada; mostrar o caminho para que, saindo de seu comodismo, vá para onde a vida é mais ameaçada. Lá, envolvendo-se com a “escória” da humanidade, mesmo que se suje com sangue contaminado, transfundir com sangue novo os corpos dilacerados e malcheirosos. Apontar para Cristo que morreu entre malfeitores, porém, mesmo assim, teve a ousadia de gritar: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”. Teologia e pastoral que não favorecem uma Igreja “em saída” e envolvida nas dores do mundo estão tentando esconder o que é próprio da Igreja: levar luz para quem está na escuridão. Se isso não acontecer pelos caminhos ordinários, por outros caminhos os raios de luz irão penetrar, mas podem causar graves queimaduras.
Pe. Mário Fernando Glaab

WWW.marioglaab.blogspot.com

sábado, 1 de novembro de 2014

HUNSRICKISCH SPESSJE

IN DE KATEKISMUSUNNERICHT

Dat Fritzje wo doch imma son traurich Guriiche, dat hat jedem die Nerven uff di Haut gebrun. De Podda, wo son strenge Mann wo, de hot oach seine Last mit dem Fritzje gehat. Wat dem Geistliche doch gonet gefal hot dat wo des das Fritzje imma so mit sei Hund dorum gestribt is. Dat Fritzje un de Pororoo, wie de Hund gehees hot, die woore doch nie weit vonanna. Wo dat Fritzje hin is, do wo aach de Pororoo dehinna. De Pfarr soat imma: “Loss doch de stingiche Hund dehem!”, awa das nutz iwahaupt nicks.
En scheene Toach woa Katekismusunnericht. De Podda hot die Kinna in die Kerich geruf un hot dan mo oangefang se parlamentiere. Dat Fritzje hat ruich do gehuckt. Es hat net lang gedauet, un de Hund woa oach schun unna de Bank. Dat wo doch zu viel fa de Vigario. Ganz bees horra gefroat, un aach schun nohm Fritzje geguckt: “Warum is schon witta de stingiche Hund in de Kerich?” Die Kinna hon sich all oangeguckt un gelacht. Dat Fritzje is awa dann mo uffgeschtie un hot geantwot: “Ei, herr Pfarra, de Pororro is in de Kerich weil die Tea uff geschtan hot. Dat is doch leicht se veschteen”. All hon’se gelacht, blos de Podda is enscht geblieb.
Dat wo halt mo so. Die Hunn solle jo dehem bleiwe, awa wen’se de Guriizade noch lowe in die Kerich, dat is oach net die End de Welt.

Glaabsmário